Por onde andei..
O
autoconhecimento é muito importante para o processo de amadurecimento e
crescimento pessoal.
Morar sozinho é, no meu ponto de vista, algo essencial
nesse processo de se conhecer melhor.
Já dividi
casa, apartamento e até quarto com diferentes pessoas, desconhecidas até o
primeiro dia de convívio, irmãs que levo para a vida depois que nos mudamos e
separamos.
Sou a irmã
mais velha lá de casa, estão o processo de dividir as coisas não foi a parte
mais diferente e difícil, já tive que fazer isso quando nova. Entre todas as
oportunidades de morar com alguém que tive, as mais complicadas de adaptação
foram as que tive que dividir o mesmo quarto.
Nosso quarto normalmente é o
nosso santuário. É onde você entra, fica no seu mundo e pode fazer as suas
coisas de acordo com os seus hábitos. Tá, e quando você entra no seu quarto e
tem outra pessoa que foi designada para estar lá e você não conhece muito além
do nome e onde nasceu, e a única coisa em comum que tem para estar ali é o
mesmo sexo que você e, talvez, a mesma nacionalidade.
Primeira lição que morar
sozinha, mas dividindo com alguém, te mostra: jogo de cintura e negociação. Nem
sempre o que você gosta, a pessoa gosta. Culturas, jeitos e personalidades
diferentes. Olhando assim pode ser uma grande receita para não dar certo. Mas
com jogo de cintura, você pode tornar a vida mais agradável e, se tiver sorte
com o eu, pode fazer uma amiga para a vida toda.
Ju, Paula, Carol, Marina, Rah e
Vivi, independente do tempo que dividimos o apartamento, a casa, o quarto de dormitório
de faculdade ou quarto de hotel, aprendi muito com todas vocês. Muito obrigada
a me ajudar a construir (ou descobrir) um pouco de mim mesma. Semanas, meses ou
anos, esses foram os períodos que tive de convivência diária com elas. A
duração não importa. O importante é que depois de cada período, não sai a
mesma.
Essas fases e passagens da minha vida contribuíram muito para eu chegar
onde estou agora: morando sozinha. Meu apartamento, meus hábitos, meus
pensamentos.